In:
BIOINFO, ALFAHELIX, Vol. 3, No. 1 ( 2023-09-21), p. 04-
Kurzfassung:
No final do ano de 2019, um vírus desconhecido se espalhou repentinamente no mundo, causando uma síndrome respiratória aguda grave [1]. A severidade da doença e a forma rápida de transmissão do vírus ligou o alerta em todo o mundo como uma emergência de saúde pública, como resultado, milhões de pessoas estavam sendo acometidas rapidamente e milhares de mortes ocorrendo diariamente [2] . Dessa forma, as principais questões precisavam ser respondidas, como: o agente etiológico causador da doença, as formas de transmissão, características clínicas, os mecanismos de patogênese e principalmente, os métodos de tratamento e prevenção (Figura 1). Figura 1. Representação das principais questões a serem respondidas com o surgimento de uma nova doença. Fonte: Autor A bioinformática, presente desde meados da década de 1970 e em grande evolução desde então, se tornou uma das grandes ferramentas na investigação da pandemia de COVID-19. Como um dos principais métodos empregados na biologia molecular e na bioinformática, as técnicas de sequenciamento de nova geração (NGS) foram os protagonistas durante o período pandêmico. Através dessa metodologia, o sequenciamento desse vírus pôde ser executado de forma rápida e eficiente. Após a obtenção da sequência genômica do vírus e as análises de bioinformática serem realizadas, foi demonstrado que a doença era causada por um novo Coronavírus pertencente a linhagem dos betacoronavírus, possuindo um genoma de mais de 29 kB, permitindo o conhecimento do agente etiológico causador da doença [3] . Porém, algumas perguntas ainda precisavam ser respondidas, como: “Qual é a origem dessa doença em humanos?”. Para isto, através da análise dos resultados do sequenciamento, alinhamento de sequências e análises de filogenética por ferramentas de bioinformática, foi revelado que o novo betacoronavírus, agora denominado SARS-CoV-2, possuía uma grande similaridade com outros betacoronavírus originários de morcegos [4], que já haviam sido detectados muito anteriormente na China e uma similaridade alta com o MERS-CoV, um coronavírus causador da Síndrome Respiratória Médio Oriente (MERS) em 2012 [5] . O volume de dados gerados por bioinformática desde o início da pandemia é expressivo, atualmente ultrapassando mais de 15 milhões de genomas de SARS-CoV-2 sequenciados no mundo inteiro e hospedadas em um único banco de dados [6-7]. Isso tem aberto novas portas para o desenvolvimento e triagem de potenciais novos antivirais e o desenvolvimento de novas vacinas. Através desses dados, houve o surgimento de outros bancos de dados, desta vez de potenciais antivirais para SARS-CoV-2, auxiliando na previsão de proteínas-alvo do vírus e triagem de novos compostos contra alvos que podem ter efeitos inibitórios na polimerase viral do SARS-CoV-2 por meio de docking molecular [8-9] . Muitas perguntas foram respondidas neste período graças ao avanço da tecnologia e bioinformática, e ainda há muitas outras a serem resolvidas futuramente. Ainda teremos que lidar futuramente com surgimento de novos desafios, como novos agentes causadores de doenças, e para isto, novas técnicas, novos protocolos de biologia molecular e bioinformática deverão ser desenvolvidos. Como, por exemplo, o surgimento de novos modelos tecnológicos, como o desenvolvimento atual de modelos de inteligência artificial que vêm sendo aplicados e estão avançando de forma tão abrupta quanto o espalhamento da COVID-19 no mundo. Dessa forma, é esperado que futuramente consigamos utilizar desta ferramenta também para responder novos desafios e epidemias.
Materialart:
Online-Ressource
ISSN:
2764-8273
DOI:
10.51780/bioinfo-03-04
Sprache:
Unbekannt
Verlag:
ALFAHELIX
Publikationsdatum:
2023
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