In:
Cadernos de Ética e Filosofia Política, Universidade de São Paulo. Agência de Bibliotecas e Coleções Digitais, Vol. 2, No. 33 ( 2018-12-20), p. 31-45
Abstract:
O artigo empreende a tentativa de refletir criticamente sobre a possibilidade de um contato não danoso com o outro, indicada sob o mote da interculturalidade, à luz do pensamento radical de Lévinas e Derrida sobre a alteridade. Essa reflexão se encontra sob a suspeita de que as filosofias ou fenomenologias da interculturalidade não dão conta da negatividade do encontro intercultural de fato com o outro irredutível, como a história do imperialismo e colonialismo europeus produziram. Para comprovar isso, eu refletirei sobre as funções, as quais o conceito de cultura assumiu nos discursos sobre a Europa. No centro da questão se encontra a comprovação de que a identificação da superioridade europeia sob o signo da cultura implica na constituição do outro como um outro ameaçador, a qual promove a brutalidade desta lida, ou seja, a história da violência – tanto interna quanto externa – da Europa. Sobre este plano de fundo eu concluo com o rascunho de alguns contornos de uma política da não-indiferença cultural, cujas raízes vejo remeterem ao pensamento de uma descolonização do imaginário da Europa.
Type of Medium:
Online Resource
ISSN:
2317-806X
,
1517-0128
DOI:
10.11606/issn.1517-0128.v2i33p31-45
Language:
Unknown
Publisher:
Universidade de São Paulo. Agência de Bibliotecas e Coleções Digitais
Publication Date:
2018
detail.hit.zdb_id:
3062879-9
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